Ditos & Feitos de Huizinga

 

Uma seleção de citações de Johan Huizinga

- Consideradas três obras:
Nas sombras do amanhã
; O outono da Idade Média e Homo Ludens.

Seleção e ocasionais comentários por João Borba (em Abril de 2013).

 

Huizinga é famoso sobretudo como historiador (um dos mais importantes e influentes do mundo no que diz respeito a métodos historiográficos e, quanto aos conteúdos, no que diz respeito à passagem da Idade Média para o Renascimento). Apesar disto, as presentes citações foram selecionadas de modo a ressaltar acima de tudo não os resultados de sua pesquisa histórica, mas o ponto de vista, a perspectiva geral (ou abordagem) de que ele parte no conjunto dos seus estudos e posicionamentos. A ideia é refletir o que há de filosófico no conjunto das reflexões desse grande historiador — cujas aproximações com a filosofia são mesmo notórias.

Na verdade as influências de Huizinga ultrapassaram em muito o campo da historiografia. Sua inspiração filosófica, inscrtita em seus estudos históricos, exerceu um grande impacto em especial quanto aos temas do lúdico e do pensamento mágico-mitológico. Suas ideias afetaram diversos filósofos das gerações seguintes, especialmente aqueles que costumamos considerar herdeiros do Movimento de 68, como Guy Debord, Flusser, Castoriadis e inúmeros outros.

Como os traços filosóficos de seus estudos aparecem de maneira esparsa, misturados aos conteúdos de seus estudos históricos, o conjunto das citações acabou ficando bastante extenso. Por isso o coloco aqui dividido em diferentes arquivos em formato pdf, que você pode acessar clicando nos respectivos links do sumário.

As citações estão distribuídas pelos sumariados abaixo:

 

sumário

 

Observações

Esses temas (listados no Sumário) acompanham em alguma medida os temas anunciados pelos próprios títulos dos capítulos dos 3 livros de Huizinga considerados — Nas sombras do amanhã, O outono da Idade Média e Homo Ludens —, mas não completamente, visto que a ideia era justamente a de cruzar citações dos três livros organizando-as segundo os temas tratados, para dar uma visão mais global do conjunto dos posicionamentos do autor.

Um exame mais cuidadoso, no entanto, deve considerar as mudanças de posicionamento do autor de época para época (e portanto de livro para livro). Por exemplo, em Nas sombras do amanhã - obra que tem diversas passagens sob marcante influência platônica — ele demonstra grande pessimismo em relação aos traços de infantilidade que encontra nas culturas humanas; e ali não encontramos ainda muito nítida a imensa valorização do lúdico que vemos mais tarde, em uma obra bastante posterior como Homo Ludens (de 1938).

No entanto, O outono da Idade Média, ressaltando a ludicidade nas artes e formas de vida da Baixa Idade Média, e tendo sido escrito em época próxima à de Nas sombras do amanhã, é um livro que já anuncia perceptivelmente essa valorização posterior do lúdico.

 

rodapé