Protágoras

(Protágoras)

Protágoras de Abdera

(485-480? aC - 415-410? aC)

Ultrapassando Platão

Bibliografia sobre Protágoras

Bibliografia de Protágoras

Comentários à Bibliografia sobre Protágoras

Antes de irem à Bibliografia, me permitam fazer alguns comentários sobre a segunda parte (não os "Links externos", mas os textos da parte 2, "Indicações").

Dos textos indicados aqui, os que são especificamente sobre Protágoras são os artigos de Caizzi e Seabra Filho e o livro de Dueso, sem dúvida a melhor e mais completa de todas essas fontes bibliográficas a respeito de Protágoras.

O livro de Dueso consiste principalmente nos comentários e análises que ele faz de toda uma seleção de textos sobre Protágoras e citações que outros fizeram desse sofista (seleção muito bem feita e também apresentada na obra), juntamente com um texto anônimo da antiguidade de forte inspiração protagoriana (possivelmente escrito pelo próprio Protágoras, possibilidade que me convenceu a ponto de colocá-lo como co-autor do conjunto ao lado de Dueso nestas indicações bibliográficas e reapresentá-lo também na "Bibliografia de Protágoras". A princpípio, a edição da Akal (de Madri) vai mais longe que eu, e está publicada pura e simplesmente como se o livro fosse de Protágoras, sem maiores questionamentos, e com Dueso figurando apenas como como editor.

Os de Cassin, Guthrie, Pradeau e Untersteiner, também excelentes, não são especificamente sobre Protágoras, e sim sobre os sofistas em geral. No entanto, como não poderia deixar de ser (já que se trata do mais influente de todos os sofistas), trazem muita informação, comentário e análise de alta qualidade relativa ao pensamento dele. De Platão, o mais confiável é Protágoras ou Os sofistas, porque escrito numa fase de juventude em que a teoria platônica ainda não estava bem desenvolvida, de modo que tendia a apresentar o pensamento de outros com um pouco menos de distorção em favor de suas prórprias ideias.

No livro Teeteto (em outra edição Teeteto ou Da ciência), que apresenta as ideias de Protágoras através desse personagem-título em diálogo com o personagem Sócrates, Platão já está entrando na fase madura de sua filosofia, e tendendo a uma distorção um pouco maior dos pensadores aos quais se refere, especialmente os adversários que combate, como Protágoras. Mesmo assim é possível colher ali bastante material útil quanto ao protagorismo.

Quanto aos livros de Sexto Empírico, oferecem uma fonte excelente para a compreensão de Protágoras, apesar de o mencionarem apenas em passagens bem curtas. Uma fonte excelente porque são passagens densas e muito certeiras.

Os Outlines of phirronism (que poderiam ser traduzidos como Hipotiposis pirronianas ou como Esboços pirrônicos) da edição de 1976 apresentam um excelente capítulo (cap. XXXII) intitulado Wherein Scepticism Differs from the Protagorean Doctrine (no qual se acentuam as diferenças entre o ceticismo e a filosofia de Protágoras, tarefa realizada com cuidado por Sexto Empírico, porque o ceticismo pirrônico e o relativismo de Protágoras têm uma grande proximidade que vem sendo notada por estudiosos e comentadores já desde a antiguidade, e Sexto Empirico estava bem ciente disso.

No livro Against the Phisicists há referência de Sexto Empírico a Protágoras na página 55 da edição indicada, e no livro Against the Logicians, nas páginas 48, 60, 65, 368 e 388. Na edição de 2006 da Harvard University Press esses livros fazem parte de uma coleção em 4 volumes, e a Introdução de toda a coleção (no início do primeiro volume) também faz menção a Protágoras, na página XIV, com algumas breves explicações a respeito dele (o que pode ser encontrado também, inclusive na mesma página, na introdução à edição de 1976).

Nos demais livros os pensamentos de Protágoras aparecem mais resunidos, geralmente em um capítulo inicial — o que nem por isso os torna menos úteis.