(Lefebvre)
Lefebvre
(1901 - 1991)
Pesquisa & Texto da autoria de João Ribeiro de A. Borba
Jan/2021
sumário
Henri Lefebvre, assim como Lúkacs fazia antes dele, critica os marxistas que perderam de vista a dialética de Marx. Mas seu posicionamento neste sentido é mais radical. Ele considera que praticamente todo o marxismo acabou se afastando do que era o mais essencial na dialética. Segundo ele, seria preciso buscar uma totalidade em que o indivíduo estivesse integrado, com toda a sua vivência do dia a dia.
Neste sentido de recuperação da dialética enquanto pensamento da todalidade incluindo a vida diária, Lefebvre, além de trabalhos sobre a teoria de Marx, escreveu muito sobre as relações entre as pessoas e o espaço urbano em que elas vivem suas vidas, levantando a noção de que uma transformação verdadeiramente revolucionária da sociedade teria que passar por uma transformação nas condições que o espaço urbano oferece diariamente para a vida dessas pessoas. Seus textos levam a uma crítica das estruturas de dominação capitalista que acabam estando inscritas na própria distribuição dos espaços em uma cidade, na arquitetura, no urbanismo etc.
Lefebvre fez muitas críticas a Althusser dizendo que o estruturalismo dele “engessava” Marx matando a dialética, e que os esquemas conceituais althusserianos eram rígidos e perdiam de vista a vivência real dos indivíduos.
A obra mais conhecida e influente de Lefebvre foi a Crítica da vida cotidiana.
Neste livro, por um lado, ele conseguia firmar a importância de um novo tema a serem considerado pelo marxismo — o da vida cotidiana, e da importância de lutar dentro do próprio cotidiano das pessoas contra os efeitos do capitalismo.
Mas por outro lado, ele começava a se colocar para fora do marxismo, e a participar de uma nova corrente de pensamento, mais anarquizante, chamada Situacionismo.
