Pesquisa & Texto da autoria de João Ribeiro de A. Borba
Sumário
HISTORIADOR de língua inglesa interessado em estudos sobre Política, John Emerich Edward Dalberg-Acton (que a certa altura se torna barão, o 1º Barão Acton) se aproxima politicamente do liberalismo, opondo-se à tendência da Igreja oficial na época para a monarquia absoluta de direito divino.
Católico praticante, Acton escreve periodicamente seus estudos de crítica histórica à política em uma publicação católica. Mas a Igreja não aprova seus escritos, nem o de outros pensadores liberais. Quando o Papa adota uma atitude de maior censura e controle mais rígido da imprensa católica em geral, Acton entra em conflito com toda a alta hierarquia da Igreja, e se posiciona claramente contra a monarquia absoluta de direito divino ou de qualquer outro tipo.
Os estudos de Acton acabam ajudando a impulsionar a proposta da divisão do poder político em poderes diferentes, que deveriam se equilibrar formando um sistema de freios e contrapesos para evitar que ele se torne um poder absoluto. Esse sistema surge, então, como uma forma de prevenir e minimizar a corrupção das lideranças políticas pelo um excesso de poder.
A idéia já havia sido elaborada por Montesquieu (séc. XVII-XVIII) e ainda antes por John Locke, e nas democracias de hoje, depois de Acton, é retomada na divisão entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Há uma frase muito conhecida de Lord Acton, que exprime bem sua posição contrária à monarquia absoluta: "Todo poder tende a corromper, e o poder absoluto corrompe absolutamente".
